
A partir de diretrizes que norteiam as políticas de Desenvolvimento Urbano de um município, o mapeamento das áreas de risco geológico e hidrológico configura-se com um importante instrumento complementar para a gestão adequada do território municipal e o desenvolvimento de atividades que levem em consideração a fragilidade do meio físico, especificamente do ponto de vista da análise da suscetibilidade de deflagração de processos geodinâmicos nas áreas ocupadas, com vistas a garantir a regularidade edilícia nas cidades.
A partir deste pressuposto e levando-se em consideração as metodologias existentes atualmente, o mapeamento das áreas de risco geológico de um município deve sempre prevê: 1) a realização do diagnóstico de risco geológico em todo município em escala adequada (1:2.000 ou 1:5.000), com definição de setores/áreas de risco geológico médio, alto e muito alto, e quantificação das moradias expostas a esses níveis de risco; 2) a definição das intervenções necessárias para erradicação de risco em cada setor mapeado, contemplando escopo de obras e indicação de remoções e serviços necessários.
Todas as tipologias de processos geodinâmicos devem ser contempladas e sempre que possível deve-se anteriormente ao trabalho de campo realizar uma pesquisa de dados sobre ocorrências e registros de acidentes junto aos órgãos competentes (COMPDEC, Prefeitura, Corpo de Bombeiros, etc.), e de mapeamentos e/ou estudos anteriores.
Com base nos dados levantados deverá ser realizada a representação cartográfica das informações em uma base de dados adequada, diferenciando risco de inundação/alagamento e risco de movimentos gravitacionais de massa.
As inundações podem ser classificadas em função da magnitude e da evolução. Em função da magnitude, as inundações, através de dados comparativos de longo prazo são classificadas em: inundações excepcionais; inundações de grande magnitude; inundações normais ou regulares e inundações de pequena magnitude. Em função da evolução, as inundações são classificadas em: enchentes ou inundações graduais; enxurradas, inundações bruscas e alagamentos;
A identificação da suscetibilidade de deflagração de movimentos gravitacionais de massa ocorre, basicamente, através de investigações geológico-geotécnicas de superfície buscando identificar condicionantes dos processos de instabilização, existência de agentes potencializadores, e evidências de instabilidade ou indícios do desenvolvimento de processos destrutivos.
Os dois produtos deverão ser gerados ou utilizados para subsidiar as ações que devem ser previstas nos Planos de Contingência e Preventivos de Defesa Civil de cada município.